A day in the Life

De manhã, travo uma batalha brutal com a minha cama. No final eu ganho, apesar de eventuais casualties alguns dias.004

Depois, leio as notícias tomando café. Iogurte é realmente outro mundo aqui.

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Saio de casa e pego a bicicleta

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Vejo um pouco do outono Alemão

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Na verdade um monte do outono alemão

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Chego na faculdade

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Assisto aula

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Volto pra casa e troco idéia com os roomates

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As vezes, a gente vai tomar umas na cidade e encontrar os Erasmus

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E as vezes eu fico até um pouco mais tarde

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Pra frente

Só um alô. To preparando um post grande sobre a rotina de aulas e td mais por aqui. Só que eu quero ilustrar com umas fotos legais e ainda faltam algumas. Mas acho que até o fim da semana vai.

Noch einmal

OKOKOK, abandonei um tantao o blog. Mas tenho certeza q todos vcs sabem que foi por causas muito boas.

Bem, eu teria todo o mes de setembro pra contar mas, apesar de ter sido um mes excepcional, nada de excepcional aconteceu. Bem, quer dizer, a chegada do povo do Erasmus foi excepcional. Meu curso de alemão foi sensacional, eu quase consigo acompanhas dez trocas de frases (desde que feitas por estrangeiros que falam devagar e com vocabulario restrito, claro). Mas pra quem nao sabia nem os numeros, já tá legalzinho. O que me deixa feliz tb é q todo mundo elogia minha pronuncia, que parece q é mt boa pra quem nao fala quase nada em Alemao.

Outra coisa sensacional foi a Oktoberfest (fotos no Orkut/Facebook). Viagem baratinha (20 euros ida e volta com uma passagem schönes wochenende), nao tao longa (7 horas) pra quem ia de Brasilia a Resende de onibus, 5 pessoas muito legais de 5 países (Brasil, Italia, Suécia, França e Irlanda), muita gente, roupas bávaras típicas super boas pra decotes, familias e uma quantidade sobrehumana de cerveja.

Agora começou pra valer. Hoje foi minha primeira aula do mestrado, o que, entre outras coisas, quer dizer que eu vou estar mais na frente do computador, e consequentemente procurando mais desculpas pra nao estudar e, portanto, postando mais 🙂

Finalmente, Freiburg

Pois é, a razão de ser do blog começou agora. Há duas semanas, cheguei a Freiburg. Os primeiros dias foram de correria total, resolver as burocracias necessárias para que eu me estabelecesse na cidade etc. Como já passou um tempo, vou contar as coisas por temas, assim fica mais fácil pra eu me organizar.

Casa: Estou morando numa das residências estudantis da cidade. Nao fui pra residencia que eu queria inicialmente, a que fica num parque aqui da cidade (Seepark, fotos no Orkut), mas sim numa outra mais perto do centro da ciadade. No fim das contas, acabou sendo uma boa, pq essa residencia em que eu estou é a mais próxima da minha faculdade e relativamente próxima do centro da cidade, o que facilita um tanto as coisas, tanto no verão tropical q ta fazendo aqui, quanto no inverno quando ele chegar, e em todas as noites.

Moro com mais 6 pessoas, 3 alemães, 1 japones, 1 chinesa e 1 francês. Desses, os alemães são moradores fixos, e os outros sao temporários como eu. O pessoal é bem interessante, um dos alemães nasceu na verdade no Haiti, é biólogo molecular e nas horas vagas um puta fotógrafo. O outro alemão é físico e a alemã é negra, metade americana e tem cara e jeito (e corpo) de baiana. Me dei super bem com eles de cara e acabei ganhando um convite pra continuar morando aqui, no quarto do japonês, que está indo embora no fim de setembro, exatamente quando eu teria que me mudar. Assim, minha situação doméstica está resolvida logo de cara, com a vantagem de morar com alemães, o que vai me ajudar muito aprender alemão (já que no mestrado eu vou conhecer pouca gente que fala alemão).

Aulas de alemão: Então. É foda mesmo. Mesmo mesmo. Assim, eu estou entendendo tudo nas aulas. Mas o problema é que é quase impossível se adiantar às aulas e sacar as estruturas da língua, por causa das porcarias das declinações. Entao tudo tem que ir a passinhos de formiga, e a frustração de se sentir analfabeto cresce a cada dia. Mas tudo bem, vou  chegar lá.

Calor e água: Nessas semanas Freiburg tem justificado a fama de sunny city of Germany. Depois da nublação de julho, a maioria dos dias aqui estão lindos, céu azul e um puta calor. E o bom é qua aqui tem muitas opções de lugares pra nadar. A mais óbvia é o Seepark, o parque grande da cidade, que tem um lago razoável no meio (é tipo um piscinão de Ramos, só que limpo dentro e com loiras gatas fora). Mas eu já fui também a um lago a uma meia hora de bicicleta do centro da cidade (meia hora pq as pessoas foram a metade da velocidade em que eles andam normalmente pra me esperar, enquanto eu destruía minhas pernas tentando acompanhá-los) e a outros dois no meio da Floresta Negra, a meia hora de trem daqui. Os lagos da floresta são bem familiares, com as mamães e vovós levando seus catarrentinhos pra nadar. Já os urbanos são ocupados na maioria por estudantes e velhinhos sem o resto da família e têm um tanto de gente pelada.

Gente pelada: acho que meu grande choque cultural aqui foi na minha primeira ida ao Seepark. A Katrin tinha me falado que era bem comum as mulheres fazerem topless nos parques, e de fato eu vi bastante por lá. O que eu não esperava era ver, ali, num parque no meio da cidade, numa área absolutamente como outra qualquer, e com pessoas vestidas em volta, um grupo de umas 30 pessoas peladonas. Não fiquei olhando, mas pelo que eu pude perceber, eram quase todos velhos e ripongos, mas whatever. Tomei mesmo um susto mas agora eu já to tão jaded quanto os alemães. No outro lago que eu fui de bicicleta tinha mais pelados ainda, quase metade das pessoas que eu vi, e dessa vez mais gente mais jovem e menos dorme sujo. Além dos lagos, outro acontecimento peladístco engraçado foi na sexta passada quando eu fui na única balada da cidade que fica aberta até o último ir embora. Como eu já cheguei lá meio bêbado, fiquei um pouco preocupado quando eu vi, no meio da festa, um índio de dreadlocks coloridos absolutamente peladão, headbanging na pista de dança. Depois eu comentei com as pessoas e todos disseram que ele está sempre nessa festa às sextas e sempre peladão, e em geral com a sua namorada, também devidamente sem nada.

Clima geral da cidade: Freiburg também manteve e reforçou o que me fez gostar tanto da Alemanha. Aqui as coisas são mais cruas e objetivas. Desde as roupas e jeitos das pessoas, passando pelas casas, carros, bicicletas e tudo mais, eu não vejo aqui a busca desesperada por significado e status q eu sempre via em alguns muitos lugares de Brasilia e que vi em Paris e, em menor medida, em Londres por exemplo. Aqui me parece que cada um é o que é, e não importa muito o que te cerca. Talvez eu enjooe e ache tudo meio dull com o tempo, mas por enquanto, acho que o meu jeito se encaixa muito bem por aqui (mas não, eu nao vou ficar peladão na rua).

Além disso, eu percebi bem como uma universidade muda a cara de uma cidade. Freiburg é mais ou menos do tamanho de Resende. Mesmo com todas as brutais diferenças economicas e culturais entre o Brasil e a Alemanha, foi impossível pra mim não comparar as duas cidades. A intensidade das coisas aqui é imensa, mesmo com a frieza do alemão médio. Acho que Resende teria um pouquinho disso se, ao invés da gloriosa AMAN, tivéssemos uma boa universidade pública por lá. E eu teria sido uma outra pessoa, provavelmente bem melhor. Mas enfim, passou passou, deixa pra lá.

Férias daquelas

Oi Pessoas!! Em primeiro lugar, desculpem o sumiço. As coisas têm andado bem agitadas por aqui e eu ainda nao tinha tido tempo de sentar pra escrever direitinho. Bem, muita coisa rolou nesse tempo, entao eu vou dividir o post em dois, esse sobre Amsterdam, Londres, Colonia e Bonn, e o outro sobre minha primeira semana aqui em Freiburg.

Amsterdam. Sério. Aquele lugar é indescritível. Chegando na Centraaaaaal Station da cidade, resolvi descer a pé até o hostel, que nao ficava longe. Resolvi também ir sem pressa, pq eu ainda teria q esperar pelo Grilo e cia. por mais umas duas horas. Entendam que eu cheguei na cidade sem olhar absolutamente nada, só a distancia da estaçao pro hostel. Por isso, minha primeira surpresa foi ver q o Red Light District já começa ali, coladinho na estaçao. Eu achava que fosse uma área mais afastada, mais fora do centro da ciadae, mas nao, é ali mesmo. Dei algumas voltas por ali, olhando as janelas, algumas meninas absolutamente maravilhosas, outras nem tanto, outras de dar medo, os turistas babando, centenas de adolescentes bebados e risonhos, e eu de mochila achando tudo engraçado. Fui pro hostel e os meninos ainda nao haviam chegado, daí sentei num banquinho na beira do canal na frente do hostel para esperar. Nisso chega um moleque com cara de doidão, puxa papo e me conta vários podres da cidade, gente espancada nas cabininhas do RLD, gente muito doida que achava que podia andar na água do canal, etc. Resumindo, ele disse pra eu nao comer putas nem cogumelos, pra eu nao fumar maconha fora dos coffee shops e pra eu nao pegar nenhuma mulher fácil na night, pq ela tb deve ser puta. Logo depois desse momento perigos Amsterdamicos os meninos chegaram. Nos registramos e fomos de volta pro RLD. Dessa vez, com alguem pra conversar, foi bem mais divertido. Entramos num coffee shop, depois num bar… e nisso já eram 3 da manha, a cidade fechou, a gente teve que parar um jogo de sinuca no meio e a gente conheceu a tao falada e tao verdadeira falta de flexibilidade dos europeus: 3 horas fechou e nao tem essa de terminar a sinuquinha não, como dizem em Londres segundo o Rafa “Give me your glasses and show me your arses”.

Nos dias seguintes foi tudo mais ou menos a mesma coisa, andar pela cidade, parar em coffe shop, chegar atrasado nas atraçoes turísticas, ir pra night e dormir. Por isso, vou contar só alguns episódios interessantes:

Bicicletas: quem já esteve la sabe q Amsterdam é a cidade das bikes. elas estao por toda parte, com suas irritantes buzininhas lembrando aos turistas idiotas que a maior parte do que existe fora das ruas é ciclovia e nao calçada. Alugamos umas bikes no penultimo dia e vimos que é realmente a melhor coisa, apesar de o Grilo ter quase sido atropelado por 2 trams e de eu quase ter matado um velhinho.

Coffee shops: quem nao fuma maconha nao tem mesmo o que fazer lá. Vc pega o cardápio e tem 200 variedades de maconha, mas nada, nadinha de birita. O bom é que dá pra comprar pra consumo externo, o que me ajudou bastante a nao ter que ficar aborrecido e nao-entorpecido nao cidade.

Vacilos: tivemos varios momentos só me fodo europa. Na verdade mais os meninos, que viajaram em parte pra conhecer a arquitetura dos lugares. O maior deles foi só encontrar o museu de arquitetura de amsterdam no último dia e descobrir vários prédios relevantíssimos na cidade. Isso sem contar chegar nos museus depois de fechados, nos bares depois que nao podia mais beber, etc.

Adolescentes alemãs: Me impressionou positivamente o número de adolescentes alemães na cidade. Achei muito civilizado os pais deixarem que ele viajem pra uma cidade doida como Amsterdam sozinhos, com seus grupos. No hostel, havia um grupo de cinco e uma dupla de meninas, sozinhas, aproveitando as férias. Viva a segurança adicionada à mente aberta.

“Tudo o que vc fala, acontece”: Essa foi uma das frases mais veradeiras da viagem, mas sem detalhes aqui.

Clima da cidade (no sentido de mood, nao de weather): achei Amsterdam altamente refrescante depois de todo mofo de Paris. A cidade é ao mesmo tempo tranquila; nao só de dia, mas mesmo no meio da loucura da noite, uma loucura nao-ameaçadora, vc nao parece estar correndo perigo nem quando passam os caras te oferecendo cocaína e ecstasy no meio da rua; e agitada, mas agitada de um jeito tranquilo, sem pretenciosismo ou gente mt poser.

De Amsterdam fomos pra Colônia, pq os meninos ainda tinham a Alemanha no roteiro e eu sugeri que nós passássemos por lá, q é a cidade grande mais perto da Holanda. Demos uma boa volta pela cidade mas gastamos boa parte do dia vendo coisas pra comprar. No dia seguinte demos uma passada em Bonn (que fica a 20 minutos de Colonia), demos uma voltinha pela cidade (me senti bem sendo guia, hehehehe) e a noite fomos encontrar a Katrin num bar. Os meninos voltaram pra Colonia e eu fiquei em Bonn com a Katrin. No dia seguinte, voltei pra Colonia acompanhei os meninos analisando o Glass Worm, um prédio de um arquiteto famoso que é uma loja de departamentos chique. Depois subimos na catedral de Colônia, que é de longe a construção mais impressionante que eu já vi. Como bem colocado pela Bebé, faz Notre Dame parecer uma igrejinha de paróquia. A noite encontramos a Johanna e fomos pra um bar russo, decorado com várias coisas da URSS (flamulas, Pravdas, cartazes, etc.), que vendia cerveja russa (destaque pra Baltika 9, com 9 % de álcool, hehehe) e tinha uma parede inteira cheia de vodkas!! Depois fomos pra uma festa meio vazia mais muuuuuito boa numa fábrica abandonada (pra quem for a Colonia e gostar de lugares alternativos, não deixe de ir ao Gebäude 9). 

Depois disso, mais uma passada por Bonn e daí Londres! Mas antes eu ia dar uma passada por Bruxelas pra pegar o Eurostar, e a vistinha acabou sendo mais agitada do que eu esperava. Primeiro, eu calculei errado a hora do trem e descobri que eu tinha 8 horas pra matar em Bruxelas. Peguei um metro pro centro e caí bem do lado da estátua do Manneken Pis, mais conhecido pelos botafoguenses como Manequinho, e vi que ela é ridiculamente pequena. Deve ser o menor monumento marco de uma capital q existe no mundo. Andei mais pela ciade e a achei muito bonita, mas o bilinguismo é muito escroto. OK, talvez em Montreal seja melhor, mas coisas em frances e flemish (que é tao bizarro e feio quanto o holandes) me irritaram um pouco. Depois disso, sentei num lugar de internet pra imprimir minha passagem e descobri que o Gustavo, que ia me hospedar, estava com um gripe forte, que podia ser suína, por isso nao íamos poder ficar na casa dele. Fiz a viagem pra Londres (imaginar o canal da mancha em cima da sua cabeça é demais!!) e fui pra casa da Paula Ellinger, que gentilmente se ofereceu pra ajudar-nos. O Rafa chegou, demos uma saída e fomos dormir. O problema, era que a paula só tinha a cama dela. Imagina, dois caras pequenos como eu e o rafa dormindo igual dois amiguinhos criança cabeça pra um lado, pé pro outro. No dia seguinte, demos a turistada tradicional, encontramos a Débora, night tradicional, e depois sono. Nesse dia o rafa acordou todo dolorido e nós resolvemos ir pra um hostel. Depois disso encontramos com a Fe Luchine que turistou com a gente o tempo todo, aguentando nossas piadas nerds, rindo delas até e tendo a aula de história britânica e filosofia de boteco com o Rafa. A noite, eu e o Rafa fomos para nights indies com som bom e pessoas muito mais novas. Na sexta o Rafa vazou e eu fui encontrar com o Gustavo, que já estava curado, num pub, que acabou esticando em vinho na casa de um amigo dele.

No dia seguinte, eu acordei e percebi que eu já estava cansado de viajar e ansioso pra chegar a Freiburg. Foi tudo muito bom, mas depois de um mes eu já estava meio ansioso pra ver como iam ser as coisas aqui. Se eu soubesse, eu teria vindo antes, mas isso é coisa pro próximo post 😉

No sábado eu comprei meu notebook, fiquei brincando com ele e depois fui pra despedida do Gustavo, que está de partida pra África do Sul. Fomos a um restaurante Brasileiro, onde eu encontrei a Tess q tb está europeando e depois pra um bar. De lá, fomos pra casa do Gustavo e eu tomei vinho até ficar bêbado de novo. No dia seguinte passei um sufoco enorme pra chegar em St. Pancras a tempo. Acordei as 10 e tinha q pegar o trem as 13. Pra quem conhece Londres, tinha q sair de Kilburn, ir ate perto da estacao de Glaucester Road, pegar minhas coisas e ir pra St. Pancras. O que seria de boa, se a Bakerloo line nao estivesse fechada até Baker street. E o replacement bus demorou muuuuito pra chegar lá. Corri igual um louco e consegui chegar 12:30. De Londres fui de novo pra Bonn ver a Katrin e pegar o resto das minhas coisas e vir pra Freiburg no dia segunte.

Conheci a casa nova da Katrin, quase perdi o tem em Bonn, que trocou de plataforma faltando 5 minutos pra sair. Depois eu tinha que trocar de trem em Mannheim, onde todos os trens estavam atrasados (aqui na Alemanha isso é uma tragédia de grandes proporções), e só consegui embarcar pq eu fui ajudado por uma alemã que estava indo visitar o namorado perto de Freiburg (ajudado no sentido de que ela ouvia os anúncios de mudança de plataforma e saia correndo, e eu ia atrás, carregando a mala dela escadas acima, pq ela tinha quase quebrado a coluna caindo de um cavalo). Cheguei esgotado mas vivo aqui.

No próximo post, Freiburg: sorte habitacional, um monte de gente pelada e porque, depois 26 anos de vida, eu realmente comecei a odiar muito a existência da AMAN em Resende.

Oh my god I can’t believe it! I’ve never been this far away from home!

A última semana foi bem movimentada por aqui. Eu tinha que fazer meu registro de estrangeiros em Freiburg e a Katrin sugeriu que nós fossemos de carro daqui de Bonn até lá. Saímos na sexta por volta das 19 horas (lembrando, aqui só escurece às 22 no verao). Nossa primeira parada foi em Heidelberg, onde mora um casal de amigos dela. Heidelberg é razoavelmente famosa pela universidade, a mais antiga em território alemao atual e considerada uma das melhores do país. Assim que chegamos, jantamos um Schnitzel, que é tipo um bife de porco a milanesa bem típico daqui, com batatas. Eu e o amigo da Katrin tomamos cerveja de trigo, que aparentemente nao é uma das preferências femininas aqui pois as meninas ficaram com suas pilsens. Depois do jantar tomei mais uma bebida tipica, um Schnaps, que é meio que uma bebida com sabor, no caso de maca verde. As cervejas e o Schnaps deram uma ondinha em todos e nos fomos pra uma festinha na rua dos bares dos estudantes. O lugar era super interessante, todo de pedra, parecendo uma caverna. A musica tb estava ótima, posso dizer que eu ja fui na minha primeira nigh indie na Alemanha. No dia segunte, fomos conhecer a cidade. Heidelberg sempre foi uma cidade pequena e, como tal, foi poupada pelos bombardeios da segunda guerra, por isso preservou bastante do centro antigo. Muitias casinhas tradicionais, daquelas típicas alemas, com o calcamento das ruas de pedra etc. Fomos tb ao castelo de Heidelberg, que é o ponto turístico principal da cidade. Na verdade, sao apenas as ruínas do castelo, com algumas atracoes internas, como o Großes Fass, Grande Barril de vinho, capaz de armazenar cerca de 220.000 litros de vinho. Tem foto dele no meu Orkut.

Na quarta a noite fomos pra Tübingen, onde a Katrin estudou. A cidade é pequena e muito bonitinha. Passamos uma noite muito legal na república das amigas da Katrin e no dia seguinte também demos umas voltas pela cidade. À noite fomos beber num bar bem copo sujo, yeah!!

Sexta foi um dia super corrido. Demos um pulo em Freiburg, mas nao ficamos mais de meia hora pq a Katrin tinha que ir pra Frankfurt pra passar o fim de semana com as amigas e eu tinha que vir pra Bonn pois no sábado eu iria pra Paris. Fomos entao pra Frankfurt, demos uma volta rápida perto da estacao de trem, a única atracao por perto era o Banco Central Europeu. De Frankfurt, eu iria pra uma cidadezinha perto, chamada Eschborn, onde eu pegaria uma carona de volta pra Bonn (e onde fica a sede da GTZ).

Aliás, essa coisa da carona merece um parágrafo. Aqui existe um sistema, chamado mitfahrgelegenheit, no qual voce procura por pessoas que estejam indo pro mesmo lugar que vc, pega os contatos dela e combina uma carona por um preco determinado. Sai bem mais barato que um trem, eu paguei 10 Euros de Frankfurt a Bonn, de trem sairia 35. Parece uma insanidade pra nós acostumados à inseguranca do Brasil, mas por aqui é uma coisa bastante comum e muito usada. Foi tudo ótimo, passei a viagem conversando com um estudante de engenharia argelino muito figura.

Sábado de manhazinha fui pra Paris. Viagem de trem, passando por Bruxelas. O caminho deve ser lindo, mas eu nao aguentei e dormi quase tudo, de Aachen até 100 metros antes da Gare du Nord. Problemas com as máquinas imbecis francesas que nao funcionam com notas, só moedas, pulo rápido na catedral de Notre Dame, mais metrô, encontro com a Mel no hotel e andar andar andar andar. Paris é realmente linda e imponente, eu entendo pq as pessoas se apaixonam pela cidade e tal. Mas eu pessoalmente achei tudo muito over, tudo exagerado demais, meio forcado, ostentacao demais pro meu gosto. Além de tudo custar muuuuuito mais que na Alemanha. Mas valeu demais o passei pela cidade, na próxima eu vou tentar entrar de fato nos lugares e nao apenas olhar de fora como eu fiz dessa vez.

Já o show foi demais, nao pelo U2, claro, que nao me convence mesmo. Mas a emocao de estar em um estádio em que foi disputada uma final de Copa do Mundo (mesmo sendo aquela ridícula final de 98), na data da final (fato que, para a minha imensa vergonha, passou despercebido por mim até o Bono himself me lembrar no meio do show), sentando mais ou menos no círculo central, foi demais. Mais pra frente, o estádio lotou e foi lindo. Lindo também foi o show de abertura, do Kaiser Chiefs, que eu obviamente gostei muito mais do que do show do U2 (pros que nao sabem, o título é o refrao da última música do show), apesar dos momentos rockstar desnecessários do vocalista. O show do U2 nao foi ruim, aliás mt pelo contrário, como espetáculo é demais mesmo, a estrutura, as luzes, a demagogia (eles distribuiram mascaras da Aung San Suu Kyi pras pessoas usarem quando eles tocassem Walk On e teve discurso do Desmond Tutu projetado no telao), tudo. Mas na musica mesmo, que é o que importa, o U2 é como o Fluminense, uma banda bacana, que nunca fez mal a ninguém e só. Segunda de manha tambem andei um tanto pela cidade, visitando os must see da cidade e acompanhando a Mel nas compras (morando na Alemanha eu acho Paris caríssimo. Pra Mel, que mora em Genebra, é o paraíso).

Agora estou de volta a Bonn! Essa semana vai ser mais tranquila, pra compras de notebook, máquina fotográfica, celular etc. Checkem orkut e facebook pra fotos!!

Mais Coisas

Andei fazendo coisas legais por esses dias. Na sexta a noite, fui pra Colonia encontrar a Johanna, uma amiga alema que fez estagio na GTZ em Brasilia ano passado. Colonia eh bem pertinho de Bonn, 20 minutos de trem. Tive minha primeira experiencia de brasileiro mongol nesse dia alias. Cheguei na estacao em cima da hora pro trem e nao tinha mais guiche vendendo bilhete. Dai, fui me aventurar a comprar o ticket na maquininha a 2 minutos do trem chegar. O problema, eh que o botao pra mudar de lingua era bem pequeno e fica bem no cantinho da tela. Obviamente, eu nao consegui comprar o bilhete usando a maquina em alemao, e na hora que eu achei o botao pra mudar o idioma, o trem chegou. Mas por sorte, o trem seguinte saia dali a 8 minutos. Eu pensei que como a Johanna morou no Brasil, ela sabe como sao as coisas e ia me esperar um pouco. E ela esperou mesmo. O problema, eh que ela tinha me dito pra descer na estacao central. Quando o trem estava parado na estacao sul de Colonia, eu vi a Johanna chegando correndo na plataforma, me procurando. Sai voando do trem e consegui pular pra fora 5 segundos antes do trem sair.

Isso ja eram umas nove horas da “noite” (entre aspas pq ainda estava totalmente claro). Ficamos tomando uma cerva na praca (lotada) e depois fomos pra um bar na rua dos bares em que os estudantes vao. Pela meia noite, a Katrin chegou e nos continuamos bebendo e conversando.

Ou seja, nada demais, so cerva numa cidade diferente, hehehehe.

O sabado ja foi mais legal, tava tendo um mega festival aqui em Bonn, chamado Rheinkultur (cultura do Reno), com 8 palcos e um monte de bandas. Caminhamos mais ou menos uma hora na margem do Reno pra chegar ao parque onde era o festival. Claro que eu nao conhecia nenhuma banda, mas o climao de uma festival enorme (170 mil pessoas pelo que disseram) foi muito legal, mal posso esperar pelos festivais em que eu vou na inglaterra ano que vem. Ficamos pouco tempo na verdade, umas 4 horas so. Algumas bandas eram interessantes (recomendo o Olli Schulz) , mas foi super anti-climax os headliners serem uma boy band alema, com uns caras que cantavam reggaeton, dancavam muito mal e tinham um nome ridiculo (Culcha Candela).

Domingo era dia do Cristopher Street Day em Colônia, mas acabou que nos estavamos tao cansados que nem fomos à parada. Uma pena, porque é sempre um mega evento, do tipo centenas de milhares de pessoas, uma das maiores paradas gays do mundo.

Hoje eu vou para um roadtrip pro sul da alemanha. Vamos pra Heidelberg e Tubingen, ficar na casa de uns amigos da Katrin, e depois pra Freiburg, pra eu tirar a minha permissao de residencia para os dois anos (e pra poder sair da Alemanha), onde vamos ficar na casa de uma menina que faz o meu curso e que esta estagiando na ONG em que a Katrin trabalha. Entao so devo postar de novo na sexta a noite, antes de ir pra Paris.

Ah, logo devo postar umas fotos no Orkut.

Cheguei!

O voo podia ter sido mais tranquilo. O aviao da TAM dava de mil a zero nos da United que eu peguei pros EUA, mas, claro, tinha uma crianca do meu lado. O menino era ate que silencioso, comparado com o mini-chines que estava uns 3 bancos na frente. Mas o moleque devia ter incontinencia urinaria, pq ele ia no banheiro de hora em hora e nao tinha a menor cerimonia de me acordar quando queria passar pra ir (eu sentei no corredor). Dai o sono foi zero. Mas de resto foi tudo bem.

Cheguei no gigantesco aeroporto de Frankfurt e devo ter andado uns 2km ate chegar na area das bagagens e mais uns 2 ate achar o guche da Deutsche Bahn pra comprar a passagem de trem pra Bonn. Consegui uma passagem pra dali a 20 minutos e nesse meio tempo eu nao tive competencia pra conseguir ligar pra Katrin como combinado. Corri pra todo lado pra conseguir moedas, achar um telefone e errar o numero algumas vezes.

E estava calor, muuuuito calor. Ja cheguei no trem meio suado e imagina meu humor quando eu vi que o trem era ainda mais, bem mais quente que do lado de fora. Tirando que eu continuei suando igual um porco, a viagem, quase toda margeando o Reno, foi linda, vendo as plantacoes nas encostas, as vilinhas bonitinhas na margem, os castelos no alto dos morros, que beleza. Tudo isso me abanando, pq o trem era tipo uma sauna mesmo.

Chegando em Bonn, eu pulei do trem ja procurando um telefone, mas nisso a Katrin me achou e ficou tudo bem. Depois de deixar as coisas na casa dela e tomar um banho, nos saimos pra tomar uma cerveja e comer comidas toscas sentados no gramado de um palacio que tem na cidade. Isso eh uma coisa que se faz muito por aqui no verao, especialmente pq nao fica escuro ate umas 10:30.

Entre as outras coisas legais que eu vi por aqui por enquanto estao:

– A bicicleta eh realmente o principal meio de transporte, impressionante.

– Nutella, Pringles, Cerveja e Vinho sao muito baratos. Oh my god…

– Perto da universidade tem um Biergarten (que eh um kiosque que vende cerva e comida trash, com uns bancos e mesas do lado) e um gramadao que bombam muito. Achei legal demais, sentar de boa no sol fraquinho da noite e tomar uma semi-gelada.

– O povo eh bonito mesmo viu… Assim, pra quem gosta de gente loira e branquela, mas eh.

– Ja ouvi Grizzly Bear, Phoenix e Ting Tings na radio. Na radio!!!

Esse fim de semana eu devo ir pra Colonia, que eh pertinho daqui. Assim que eu tiver fotos eu posto no Orkut.

La vie n’est pas toujours tres rose

Long time no post. Nesse meio tempo, já saí do Banco, passei uma semana delícia de despedidas em Brasília e estou aqui nas casas dos meus pais em Resende.

Peguei uma gripe ontem que me derrubou, mas, como sempre, eu quasesarei rápido mas estou com uma dor de garganta que deve durar pelo menos uma semana. Paciência.

Tô tentando esquematizar minha viagem de julho, mas como eu não to acostumado a viajar com a grana contadinha (afinal 90% das minhas viagens foram a trabalho, tranquilas, com diária e tal…). Achar hostel em Paris, passagem pra Amsterdam, calcular quantas cervas eu vou tomar em Bruxelas, é algo muito chato. Ok ok, é legal a perspectiva de viajar e tal, mas como eu nao to acostumado nem com a situação e nem com me planejar a médio prazo, meu humor não tá aquela maravilha. Tô quase passando o mês todo em Bonn mesmo (o que, não real, não é nada ruim viu?)

Enfim, vou pensar mais, me organizar melhor e ficar num humor mais condizente com as minhas perspectivas futuras.

Seu Madruga

Eu sempre quis trabalhar no Banco Mundial. Eu sempre o via como a OI mais interessante, mas sempre achei que sem ser economista eu não teria a menor chance. Olhando de fora, e sem olhar direito na verdade, eu achava que a área de meio ambiente deles era bem reduzida, que trabalhar na área que quero na OI que escolherei era uma Pasárgada remotíssima.

Duas xícaras de sorte, a mesma medida de um bom background profissional com umas colheres generosas de timing me levaram pra lá, numa posição melhor do que eu poderia imaginar. Os dois anos foram de um aprendizado incrível, não só por eu finalmente me sentir à vontade pra dizer que eu entendo de meio ambiente (OK, de meio ambiente na Amazônia) mas também pessoalmente. Todo mundo sabe que confiança sempre foi uma barreira grande pra mim, e isso eu tive que, na marra, superar lá, pq pela primeira vez confiavam no meu trabalho, e ele tinha responsabilidades, senão grandíssimas, pelo menos de tamanho suficiente pra gerarem umas dores de cabeça num tanto de gente caso eu screwed things up. Então eu tive que aprender a fazer as minhas coisas sendo que elas tinham, necessariamente, que dar certo com pouca supervisão (do verbo, meus termos de referência dizem “work with no or little supervision”), coisa que nunca tinha rolado antes. E com big money (por big money I mean, o menor projeto em que eu trabalho é quase 50 vezes maior que todo portfólio com o qual eu trabalhava na OIT).  E isso, mais do que participar de projetos importantes da minha área de interesse, foi o que mais me fez crescer nesses anos.

Eu tive meus momentos de baixa, mas na muito maior parte do tempo, eu estive na pilha de ir pro trabalho, com prazer de ligar o computador e ralar, mesmo encarando as loucas burocracias do Banco e principalmente do governo. Foi com certeza a experiência profissional mais enriquecedora que eu já tive e uma das mais importantes experiências pessoais também.

Mas enfim, o que eu quero dizer é que, foi do caralho, foda demais, mas agora, a 20 dias de vazar… aiii que preguiça.